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A Sombra na Floresta B2.2

A European Portuguese horror story by Rui Almeida

  Era uma noite de outono, e o vento soprava friamente entre as árvores da floresta. Clara decidiu que era o momento perfeito para uma caminhada noturna. Ela adorava a natureza e a tranquilidade que a rodeava. No entanto, aquela noite parecia diferente. As sombras dançavam à sua volta, e um pressentimento estranho tomou conta dela. Clara tentou ignorar a sensação, mas a floresta parecia sussurrar o seu nome. Ao caminhar mais fundo, as árvores tornaram-se mais densas. A luz da lua mal conseguia penetrar através das folhas. Clara ouviu um ruído atrás dela, como se alguém a estivesse seguindo. Ela virou-se rapidamente, mas não havia ninguém. Apenas o silêncio profundo da floresta. Respirando fundo, decidiu continuar. Mais à frente, encontrou uma clareira iluminada pela lua. No centro, havia uma antiga estátua coberta de musgo. Clara sentiu uma curiosidade irresistível e aproximou-se. A estátua representava uma mulher com um olhar triste. Os olhos pareciam seguir Clara, e um arrepio percorreu a sua espinha. De repente, a temperatura caiu abruptamente. Clara sentiu um frio intenso, como se a vida tivesse sido drenada do ar. Assustada, decidiu que era hora de voltar. Ao dar a volta, percebeu que o caminho que havia feito não estava mais visível. As árvores pareciam ter mudado de lugar. O desespero começou a apoderar-se dela. Clara tentou manter a calma, mas cada passo parecia mais difícil do que o anterior. O som de passos ecoou atrás dela, mais altos e mais rápidos. Ela começou a correr, sem saber para onde ia. As sombras pareciam se fechar ao seu redor. Clara não conseguia mais ouvir o seu próprio coração. O medo dominava a sua mente. Finalmente, encontrou uma trilha estreita que parecia levar para fora da floresta. Sem pensar duas vezes, correu por ela. À medida que corria, as vozes e os sussurros aumentavam. Era como se a floresta estivesse a tentar prendê-la. Ela não parou até que avistou uma luz ao longe. A luz parecia promissora. Com todas as suas forças, Clara avançou. Quando finalmente chegou à borda da floresta, a luz revelou-se uma pequena cabana. Ela estava quase sem fôlego, mas aliviada por ter encontrado um lugar seguro. Bateu à porta desesperadamente. Um homem idoso abriu, e o seu olhar era de preocupação. Clara explicou rapidamente o que aconteceu. O homem ouviu atentamente e, depois de um momento, disse: 'A floresta tem os seus segredos. Muitos já entraram e nunca mais saíram. Você teve sorte em voltar. ' Clara sentiu um nó na garganta. A floresta tinha ganhado vida à sua volta, mas ela tinha conseguido escapar. No entanto, uma parte dela sabia que a floresta nunca a deixaria realmente em paz. A sensação de estar sempre sendo observada acompanhava-a. E, em noites de lua cheia, ela ainda ouvia os sussurros da floresta. Aquela sombra nunca desapareceria completamente da sua vida.

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