Language Fiction Language Fiction Sign In

A Tarântula em Lisboa e o Mistério do Pastel de Nata Desaparecido A2.2

A European Portuguese comedy story by Bernardo da Silva

  Era uma vez, em Lisboa, uma tarântula chamada António. António não era uma tarântula qualquer; era uma tarântula elegante, com um gosto refinado por música clássica e, principalmente, pastéis de nata. Vivia num pequeno apartamento perto da Torre de Belém, e passava os dias a ouvir Vivaldi e a sonhar com o doce sabor dos pastéis.

Um dia, António decidiu fazer uma coisa extraordinária: participar num concurso de talentos em Lisboa. O concurso era para todos os animais, e António acreditava que a sua performance de dança com um chapéu de coco seria irresistível. Ele preparou-se cuidadosamente, escolheu a sua roupa mais elegante (um fato de seda preto, emprestado a uma amiga lesma), ensaiou a sua dança e, claro, guardou um pastel de nata no seu bolso para o intervalo.

Chegou ao local do concurso, um enorme palco no Jardim da Estrela. Havia muitos animais talentosos: um cão que jogava xadrez, um gato que pintava quadros impressionistas, um papagaio que declamava Shakespeare (em inglês, naturalmente). António estava um pouco nervoso. Olhou para o seu pastel de nata. Hum. que cheiro delicioso!

De repente, um terrível acontecimento! O seu pastel de nata. tinha desaparecido! António procurou em todos os lados, mas nada. O seu doce favorito, o motivo da sua participação no concurso, tinha sumido. Ele estava devastado. Quase desistiu.

Mas, num momento de lucidez, António lembrou-se de algo. Ele tinha visto um rato suspeito a espreitar por perto. Um rato com um olhar faminto e um chapéu de coco muito semelhante ao dele. Será que o rato tinha roubado o seu pastel de nata? Era um mistério!

António, decidido a resolver o mistério, começou a investigar. Seguiu o rasto do rato até ao centro histórico de Lisboa, passando por Alfama, com suas ruas estreitas e cheias de charme. Ele encontrou pistas: pequenas migalhas de pastel de nata, uma pequena mancha de creme na parede de um edifício antigo.

O rasto levou António até uma pequena pastelaria, escondida numa rua sem saída. Lá dentro, ele viu o rato, sentado numa mesa, a saborear o último pedaço do seu pastel de nata! Mas não estava sozinho. O rato estava com um grupo de outros ratos, todos com chapéus de coco, e todos com restos de pastel de nata nas suas caras.

António, apesar do susto inicial, teve uma ideia. Ele sabia que podia usar a sua dança para resolver a situação. Ele subiu numa cadeira e começou a dançar. A sua dança era tão boa, tão hipnótica, que todos os ratos, encantados, esqueceram-se dos pastéis de nata e começaram a dançar com ele.

No final da dança, o rato ladrão, envergonhado, devolveu o que restava do pastel de nata a António. António, com o seu pastel de nata recuperado, participou no concurso e ganhou o primeiro prémio, claro. A sua dança foi um sucesso e ele tornou-se famoso em Lisboa.

E assim termina a história de António, a tarântula elegante que recuperou o seu pastel de nata e conquistou Lisboa com a sua dança. E todos viveram felizes para sempre, com muitos pastéis de nata para todos.

Moral da história: nunca desistas dos teus sonhos, mesmo que o teu pastel de nata desapareça. E se encontrares um rato com um chapéu de coco, fica atento.

Did you enjoy this story?