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O Mistério da Casa Abandonada C1.1

A European Portuguese mystery story by Sofia Almeida

  Numa pequena aldeia à beira-mar, havia uma casa antiga que todos evitavam. A Casa de Verão, como era conhecida, estava coberta de trepadeiras e tinha janelas sujas. Os habitantes contavam histórias estranhas sobre o seu passado. Diziam que, há muitos anos, uma família desaparecera sem deixar rasto. Ninguém sabia ao certo o que tinha acontecido. Um dia, Ana, uma jovem curiosa, decidiu investigar. Ela sempre fora fascinada por mistérios e tinha um espírito aventureiro.

Ana convidou o seu amigo Miguel para a acompanhar. Juntos, dirigiram-se à casa ao entardecer, quando a luz do sol se começava a apagar. A atmosfera era misteriosa e o vento assobiava entre as árvores. Ao chegarem à porta, Ana hesitou. Miguel, encorajando-a, empurrou a porta que rangeu ao abrir-se. O interior estava coberto de poeira e teias de aranha. O cheiro de mofo era intenso.

Enquanto exploravam, encontraram uma sala cheia de móveis antigos. No centro, havia uma mesa com um diário em cima. Ana aproximou-se e começou a folhear as páginas. O diário pertencia a Clara, a filha da família desaparecida. As páginas estavam cheias de desenhos e pensamentos sobre aventuras. Mas, à medida que avançava na leitura, Ana encontrou um trecho inquietante. Clara mencionava um segredo que guardava na cave da casa.

Miguel, ouvindo isso, sugeriu que descessem à cave. A ideia deixou Ana nervosa, mas a curiosidade era mais forte. Eles encontraram uma escada estreita que levava a um espaço escuro. Miguel acendeu a lanterna que trouxeram consigo, iluminando as paredes de pedra. Ao chegarem ao fundo, encontraram um baú trancado. O baú parecia antigo e coberto de poeira, como se não tivesse sido tocado durante anos.

Ana e Miguel tentaram abrir o baú, mas a fechadura estava corroída. Após algumas tentativas, Miguel encontrou uma chave na prateleira ao lado. O seu coração acelerou enquanto Ana inseria a chave na fechadura. Um estalo ecoou quando o baú finalmente se abriu. Dentro, havia cartas, fotografias e um objeto misterioso, uma pequena caixa de música. Ana pegou a caixa e, ao abri-la, começou a tocar uma melodia suave.

Assim que a música começou, algo estranho aconteceu. As luzes na cave começaram a piscar e um vento frio soprou. Ana e Miguel sentiram um arrepio na espinha. De repente, uma sombra apareceu na parede, desenhando a silhueta de uma jovem. Era Clara. O seu olhar era triste, mas ao mesmo tempo cheio de esperança. A sombra apontou para o baú, como se quisesse que eles entendessem algo importante.

Ana e Miguel perceberam que a música estava ligada à história de Clara. Através das cartas, descobriram que Clara tinha feito um pacto com uma entidade para proteger a sua família. Mas algo correu mal, e ela ficou presa entre dois mundos. A melodia da caixa de música era a chave para libertá-la.

Determinado a ajudar, Miguel sugeriu que tocassem a música novamente. Ana hesitou, mas concordou. Juntos, começaram a tocar a melodia com toda a força que podiam. A sombra começou a brilhar e, com um último acorde, uma luz intensa envolveu a cave. Quando a luz se dissipou, Clara tinha desaparecido, mas a sensação de paz preenchia o ar.

Ana e Miguel subiram à superfície, sentindo que tinham resolvido um mistério antigo. A Casa de Verão, agora, parecia menos ameaçadora. Sorrindo um para o outro, sabiam que nunca esqueceriam aquela aventura. O que começou como um mistério, transformou-se numa lição sobre coragem e amizade.

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