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O Mistério do Relógio de Ouro e a Sombra na Torre A2.2

A European Portuguese thriller story by Ana Sofia Santos

  No alto da colina, imponente e misteriosa, erguia-se a Torre do Relógio. As suas paredes cinzentas, gastas pelo tempo, pareciam guardar segredos antigos. Lá dentro, dizia a lenda, estava um relógio de ouro, um artefacto mágico capaz de controlar o tempo. Um jovem chamado Tomás, curioso e aventureiro, decidiu desvendar o mistério.

Tomás, um rapaz de apenas dezasseis anos, ouvira histórias sobre o relógio desde criança. Contos de fadas misturavam-se a lendas locais, criando uma aura de mistério e perigo em torno da torre. Ele sabia que era um lugar perigoso, mas a ideia de controlar o tempo o fascinava. A aventura o chamava.

Armado com uma lanterna e um mapa antigo, Tomás começou a sua ascensão. A escada era estreita e em espiral, cada degrau rangendo sob os seus pés. A escuridão era quase total, apenas a sua lanterna iluminava um pequeno espaço à sua frente. O ar estava pesado, carregado de um cheiro a mofo e poeira antiga.

De repente, um som metálico ecoou pelas paredes da torre. Tomás parou, o coração a bater forte no peito. Era um som ténue, mas misterioso. Ele seguiu o som, caminhando lentamente e cautelosamente pela escada.

Chegou a uma porta de madeira maciça, quase invisível na penumbra. A porta rangeu ao abrir-se, revelando uma sala circular, e no centro, um relógio de ouro, reluzente, repousava sobre um pedestal. O relógio brilhava, emitindo uma luz suave, quase hipnótica.

Tomás ficou fascinado. O relógio era ainda mais belo do que imaginara. Os seus ponteiros moviam-se lentamente, como se o tempo estivesse a ser medido com uma precisão absoluta. Ele aproximou-se, tocado pela beleza e pelo mistério do objecto.

Mas, de repente, uma sombra se projetou na parede. Uma figura alta e escura, surgiu das sombras do canto da sala. Tomás recuou, assustado. A figura aproximou-se, lenta e ameaçadoramente.

Era um homem encapuzado, com um olhar penetrante e misterioso. Ele não disse nada, apenas estendeu a mão, apontando para o relógio.

Tomás sentiu um frio percorrer-lhe a espinha. O que este homem queria? Por que estava ele aqui? Seria ele o guardião do relógio?

Tomás tentou falar, mas as palavras não lhe saíam da boca. Ele sentia-se paralisado pelo medo.

O homem encapuzado moveu-se novamente, aproximando-se do relógio. Tomás reagiu por instinto, lançando-se sobre o homem, numa tentativa desesperada de o impedir.

Seguiu-se uma luta intensa. Tomás, apesar do seu pequeno tamanho, lutava com toda a força, guiado pelo instinto de sobrevivência. O homem encapuzado era forte, mas Tomás foi mais rápido, conseguindo desviar-se dos seus golpes.

Num movimento rápido, Tomás conseguiu agarrar a capa do homem encapuzado. Com um puxão forte, a capa caiu, revelando um rosto surpreendente. Era o seu avô, um homem que ele julgava estar morto.

Tomás ficou chocado. O seu avô, o único que lhe contara as histórias sobre o relógio, estava vivo. Ele explicou que tinha estado a esconder-se, protegendo o relógio de pessoas que queriam usá-lo para o mal. O relógio não era apenas um artefacto mágico, era uma relíquia familiar, passada de geração em geração.

Tomás e o seu avô deixaram a torre juntos, o relógio de ouro a salvo. A aventura tinha terminado, mas a memória daquela noite e o mistério do relógio de ouro ficariam para sempre gravados na memória de Tomás.

Nos dias que se seguiram, Tomás e o seu avô, ficaram mais próximos. Ele aprendeu muito com o seu avô, sobre as histórias da família e sobre o valor da coragem e da perseverança. E assim, o mistério da Torre do Relógio tornou-se numa história de família, passada de geração em geração, um lembrete de coragem, mistério e amor familiar.

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