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A Última Fada do Vale B2.1

A fantasy story by Inês Carvalho

No coração de um vale escondido entre montanhas majestosas, vivia uma comunidade de criaturas mágicas. Entre elas, existia uma fada chamada Lira, conhecida por sua beleza e pela sua capacidade de fazer florescer as plantas com um simples toque. Lira era a última de sua espécie, pois as fadas estavam a desaparecer devido à poluição e à destruição das florestas.

Um dia, enquanto Lira voava sobre o vale, ela encontrou um jovem humano chamado Tomás. Ele estava sentado à beira do rio, triste e pensativo. A curiosidade levou-a a aproximar-se dele. Tomás não conseguia ver a fada, mas sentiu uma brisa suave e um perfume de flores. Ele olhou à sua volta, mas não encontrou ninguém.

— Quem está aí? — perguntou Tomás em voz alta, sem perceber que estava a falar com uma fada.

— Sou eu, Lira — respondeu a fada, revelando-se numa nuvem de luz dourada. — Vejo que estás triste. O que te aflige?

Tomás ficou espantado, mas ao mesmo tempo encantado. Ele contou a Lira sobre a sua aldeia, que estava a sofrer devido à seca. As plantações estavam a murchar, e as pessoas estavam a perder a esperança. Lira ficou comovida com a história do jovem e decidiu ajudá-lo.

— Se me prometes que irás cuidar da natureza, eu posso trazer um pouco de chuva ao teu vale — disse Lira, com um sorriso. Tomás, entusiasmado, concordou sem hesitar. Ele nunca tinha visto uma fada antes, e a ideia de ter a ajuda de uma criatura mágica parecia um sonho.

Lira deu a Tomás uma pequena gota de néctar mágico e disse-lhe que a deveria colocar na terra seca ao amanhecer. Ao fazer isso, a chuva começaria a cair. Tomás agradeceu à fada e correu para casa, cheio de esperança.

Na manhã seguinte, ele seguiu as instruções de Lira. Colocou o néctar na terra e, inesperadamente, nuvens escuras começaram a formar-se no céu. A chuva caiu, suave no início, mas logo se transformou numa tempestade revigorante. As plantas começaram a absorver a água, e em pouco tempo, o vale transformou-se num oceano de verde vibrante.

Os habitantes da aldeia ficaram maravilhados. A alegria voltou aos rostos das pessoas, e começaram a celebrar a chuva que salvara as suas colheitas. Tomás, agora um herói, sabia que a sua vida tinha mudado para sempre. Mas o que ele não sabia era que a magia de Lira tinha um preço. A cada gota de chuva que caía, a energia da fada diminuía.

Com o passar do tempo, Lira começou a sentir-se fraca. As flores no vale floresciam, mas a beleza de Lira estava a desaparecer. Quando Tomás a encontrou novamente, ele percebeu que a fada estava mais pálida e menos radiante.

— O que se passa, Lira? Estás diferente! — perguntou Tomás, preocupado.

— O que eu fiz para ajudar o teu povo teve um custo. A magia precisa de equilíbrio. Quando se dá, também se recebe — explicou Lira, com uma voz suave. — A chuva trouxe vida ao teu vale, mas a minha força está a esgotar-se.

Tomás sentiu-se culpado. Ele queria ajudar Lira, mas não sabia como. Lira, percebendo o desespero de Tomás, disse-lhe que a única forma de restaurar a sua força era encontrar um lugar limpo e puro, onde a natureza estivesse intacta. Juntos, decidiram partir numa jornada em busca desse lugar mágico.

Após dias de viagem, eles encontraram uma floresta exuberante, cheia de vida e beleza. Lira sentiu a energia a voltar. Com um gesto, ela fez as flores dançarem e as árvores sussurrarem. A magia fluiu novamente, e Lira recuperou a sua força.

Tomás aprendeu a importância de proteger a natureza e prometeu ser um guardião do vale. Ele e Lira tornaram-se amigos inseparáveis, unidos pela magia e pela responsabilidade de cuidar do mundo ao seu redor. Desde então, a história da última fada do vale e do jovem humano que aprendeu a amar a natureza tornou-se uma lenda, passando de geração em geração.

E assim, Lira continuou a viver entre as flores, sempre atenta ao chamado de quem precisava de ajuda, enquanto Tomás dedicou a sua vida a proteger a beleza do seu lar.