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O Segredo da Casa Velha B2.1

A drama story by Sofia Almeida

Era uma vez numa pequena aldeia em Portugal, uma casa antiga que muitos consideravam assombrada. A Casa Velha, como era conhecida, estava localizada no fim de uma rua estreita, rodeada por árvores altas e um denso nevoeiro que parecia nunca desaparecer. Os moradores da aldeia sempre contaram histórias sobre o que poderia ter acontecido ali, mas poucos se atreviam a aproximar-se.

Certa noite, Clara, uma jovem estudante de história, decidiu que era hora de descobrir a verdade. Com um grupo de amigos, ela planeou uma expedição à Casa Velha. Todos estavam nervosos, mas a curiosidade de Clara era maior do que o medo. Ela acreditava que a casa tinha um segredo que precisava ser revelado.

Quando chegaram à casa, a lua cheia iluminava a fachada desgastada. As janelas estavam cobertas de poeira e as portas rangiam ao serem empurradas. Clara respirou fundo e entrou, seguida pelos seus amigos, Miguel, Sara e João. O ar era frio e pesado, como se o tempo tivesse parado.

No interior, o mobiliário estava coberto de lençóis brancos, e o cheiro de mofo era intenso. Clara começou a explorar, enquanto os outros a acompanhavam, mas com um pouco de hesitação. Ela encontrou uma velha biblioteca cheia de livros empoeirados, e foi ali que começou a perceber que a casa tinha uma história rica.

Depois de algumas horas de exploração, Clara encontrou um diário escondido atrás de uma estante. O diário pertencia a uma mulher chamada Beatriz, que viveu na casa há mais de cinquenta anos. As páginas estavam cheias de reflexões sobre a vida, o amor e a perda. Beatriz falava de um amor proibido, de um homem que nunca poderia ser seu, devido às normas da sociedade da época.

Enquanto Clara lia, seus amigos reuniram-se ao seu redor, fascinados pela história. Miguel, que era muito interessado em histórias de amor, perguntou: “O que aconteceu a Beatriz e ao seu amor?” Clara continuou a ler, e descobriu que Beatriz havia decidido deixar a aldeia para sempre, levando consigo o seu segredo. No entanto, havia uma passagem que não fazia sentido: "A verdade permanecerá oculta até que a luz do luar a revele".

Intrigados, os amigos começaram a discutir o que poderia significar aquela frase. João sugeriu que talvez houvesse algo escondido na casa, algo que Beatriz queria que fosse descoberto. Clara, animada com a ideia, começou a procurar pistas. Eles decidiram que, na noite seguinte, voltariam à casa, armados com lanternas e mais coragem.

Na segunda visita, Clara e os seus amigos estavam determinados a encontrar o que quer que fosse que Beatriz tinha escondido. Enquanto exploravam o sótão, encontraram um antigo baú. O baú estava trancado, mas Sara, que sempre tinha uma solução para tudo, disse: “Podemos tentar abrir com um pouco de força.” Após alguns esforços, o baú finalmente se abriu, revelando uma coleção de cartas.

As cartas eram trocas entre Beatriz e seu amor, um jovem chamado Tomás. As palavras eram cheias de paixão, tristeza e esperança. Clara leu as cartas em voz alta, e os amigos ouviram atentamente. Nelas, Beatriz falava sobre os seus sonhos de fugir com Tomás, mas também falava sobre o medo de deixar a sua família e a sua vida para trás.

Enquanto Clara lia, o ambiente tornou-se mais pesado. De repente, uma brisa fria passou pela sala, e as luzes das lanternas cintilaram. Todos sentiram um arrepio na espinha. Miguel, nervoso, sussurrou: “Acho que devemos sair daqui.” Mas Clara, determinada, queria terminar de ler a última carta. Ela estava prestes a descobrir o destino de Beatriz.

Nas últimas linhas, Beatriz expressava a sua decisão de não fugir, mas de viver a vida que tinha escolhido, mesmo que isso significasse renunciar ao amor. Clara sentiu uma conexão profunda com a história de Beatriz. Sabe-se que, por vezes, as escolhas mais difíceis são as que trazem mais paz.

Após ler, Clara e os amigos decidiram que o segredo da Casa Velha não era algo sobrenatural, mas sim uma história de amor e sacrifício. Saíram da casa com uma nova perspectiva. O que antes parecia um lugar assustador agora era um símbolo de coragem e escolhas difíceis. A partir daquele dia, a Casa Velha deixou de ser vista como um lugar de mistério, mas sim como um espaço onde as histórias de vida ganham vida e são lembradas.

Clara prometeu voltar à casa para preservar a história de Beatriz e, quem sabe, inspirar outros a fazer o mesmo. Afinal, cada casa tem uma história, e cada história merece ser contada.